Contabilidade criativa também é opção de alto risco às empresas

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) registrou uma retração da economia brasileira de 4,1% no fechamento de 2015. E já está claro que em 2016 não será melhor. Na iniciativa privada, adotar a chamada “contabilidade criativa” (acusação feita à presidente Dilma Rousseff no seu processo de impeachment) é uma opção de alto risco. Pois as empresas precisam de informações realistas para definir estratégias de sobrevivência no atual ambiente econômico.

Mas, não bastassem as incertezas econômicas, os empresários também se deparam com o cipoal de leis, normas e regras tributárias, trabalhistas e fiscais. “Qualquer erro pode resultar em multas, quando não no pagamento a mais de tributos e taxas. No entanto, o momento é justamente de cortes de despesas e otimização de recursos”, diz Marjolly Gama, sócia gerente da De Biasi Auditores Independentes.

Para ela, a boa contabilidade é aquela que ajuda na tomada de decisões cruciais, fornecendo uma visão fidedigna da realidade da empresa, para a elaboração de um planejamento tributário que resulte na redução da carga tributária, dentro dos limites legais. “Por isso é importante a verificação da adequação dos procedimentos adotados na apuração e recolhimento dos tributos diretos e indiretos (IRPJ, CSLL, PIS, COFINS, ICMS, IPI e ISSQN), recomenda a especialista.

O Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) é outro ponto delicado na contabilidade. “É preciso avaliar a aderência da empresa à legislação e realizar cruzamentos internos das informações a serem transmitidas à Receita Federal a cada um dos módulos”, alerta Marjolly, reforçando a importância de revisar os arquivos antes ou após sua transmissão, para identificar inconsistências e incorreções e corrigi-las a tempo de evitar a fiscalização eletrônica da Recita.

O gerenciamento interno das obrigações tributárias acessórias, para implementar melhorias e correções no fluxo dos documentos e informações, eliminando possíveis inconsistências que podem levar à geração de declarações inexatas e, no futuro, possíveis débitos junto à receita também é mais uma recomendação da sócia gerente da De Biasi Auditores Independentes. “Dar pedaladas fiscais é um sério erro inclusive para as empresas”, conclui Marjolly.

Fonte: Jornal Contábil